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O que é Pranayama?

Atualizado: 10 de jan. de 2023

"Prana" é a força vital que dá vida ao corpo físico e mental. "Yama" siginifca canalização, controle e/ou expansão; pranayama é a canalização ou expansão da energia vital.


Com a prática de Pranayama aprendemos a controlar e canalizar o movimento do Prana e, assim, aprendemos a direcionar melhor a nossa mente. Isso porque a mente está associada ao elemento ar, assim como o Prana, ambos tem como natureza o movimento e a dispersão.


Patanjali, nos Yoga Sutras, descreve yoga como:

yogascittavrttinirodhah = O Yoga é o recolhimento das atividades da mente - Yoga Sutra I:2.

Sendo assim, Pranayama é como uma forma reduzida do Yoga em si, pois praticamos o recolhimento das atividades mentais conforme aprendemos a controlar melhor o movimento de Prana. Pranayama leva à maestria sobre Prana, que é também uma auto maestria.


O conceito de Prana e as práticas de pranayamas estão descritas nos Upanishads (parte final dos Vedas: tratados sobre a tradição Védica) que datam de 3.000 anos atrás. Prana poderia ser comparado à respiração do divino, e possui as mesmas características deste: indivisível, invisível e sutil.


Ainda assim, podemos sentir Prana dentro de nosso corpo, ele circula pelas “nadis”, que são canais sutis, o significado literal de nadis é “rios”. As nadis são como rios por onde circula a energia sutil no nosso corpo.


As principais nadis estão localizadas ao longo do eixo da coluna vertebral. são Ida nadi (lado esquerdo), Pingala nadi (lado direito) e Sushumna nadi (centro).


Com a prática de pranayamas purificamos as nadis para que o prana flua e, com as nadis desobstruídas e Prana canalizado e sob controle, por fim, podemos atingir a experiência que define o yoga: o silêncio total da mente.


Nos Yoga Sutras se diz que a prática de pranayama é composta de 4 etapas; inalação, exalação e retenções com os pulmões cheios e vazios. Além disso, a prática é regulada pela duração de cada fase.


O resultado dessa prática é a cessação espontânea da respiração, onde não há movimento de prana e consequentemente os movimentos da mente também cessam. Essa experiência é chamada de Kevala Kumbhaka.




Ida nadi, localizada ao lado esquerdo (do eixo da coluna vertebral) é conectada ao hemisfério direito do cérebro e representa a energia lunar, que tem as seguintes qualidades: fria, escura, feminina, receptiva, intuitiva, emocional e criativa. Na filosofia taoísta chama-se Yin (muitas das tradições asiáticas são correspondentes entre si). Quando Ida nadi está mais ativa nos sentimos mais tranquilos, criativos, e por vezes com sono, com preguiça e no ponto extremo, deprimidos. Na tradição yoguica a manifestação dessa qualidade é chamada “tamas”. Ida nadi e a energia lunar estão associadas ao sistema nervoso parassimpático.


Pingala nadi está ao lado direito e é conectada ao hemisfério esquerdo do cérebro, representa a energia solar, que possui as seguintes qualidades: quente, clara, masculina, ativa, racional e mais agressiva. No taoísmo é representada pelo Yang. Quando Pingala nadi está mais ativa nos sentimos energizados, com o intelecto predominante, no ponto extremo podemos ter explosões de raiva e agressividade. Na tradição yoguica, essa qualidade é chamada “rajas”. Pingala nadi e a energia solar estão associadas ao sistema nervo simpático.


Sushumna nadi está ao centro e representa o equilíbrio entre tamas e rajas, qualidade chamada de “sattva”, é a harmonia, pureza, equilíbrio. Para que sushumna nadi esteja ativa é preciso que Ida e Pingala nadis estejam desobstruídas, assim Prana pode fluir através de Sushumna e, sendo esse o canal por onde ascende a energia Kundalini (energia criativa do Universo, energia da evolução), o caminho fica livre.


Tanto tamas quanto rajas são importantes, tamas oferece descanso e rajas, energia. Nos extremos tamas torna-se letargia e estagnação e rajas ansiedade e agressividade. O estado de equilíbrio, sattva, favorece a meditação e facilita a vida diária.


Normalmente, ao longo do dia Ida e Pingala nadis se alternam, a cada 90 minutos, mais ou menos (e claro que difere de pessoa para pessoa), e no momento de alternância as duas ficam ativas e sushumna é liberada. Com a prática de pranayamas vamos aos poucos liberando as nadis, como dito anteriormente, e assim criamos condições para que a mente possa aquietar-se e voltar-se para a real natureza do Ser.


As técnicas de Hatha Yoga buscam equilibrar as polaridades, energias solar e lunar. A palavra Hatha, significa sol (ha) e lua (tha), esses termos são analogias para Surya (sol) e Chandra (lua). A essência da prática de Hatha Yoga é a harmonização dessas polaridades.


Uma técnica especialmente útil para equilibrar sol e lua, já que estamos falando de Prana, é Nadi Shodhana Pranayama, no qual alternamos as narinas a cada inspiração:


Sentando confortavelmente com a coluna ereta, relaxando o trapézio, os ombros, o rosto.

Fazemos Vishnu mudrá na mão direita e iniciamos fechando a narina direita e inspirando pela esquerda, contando os segundos durante a inspiração, uma sugestão inicial é contar até 5 segundos.

Depois feche a narina esquerda e expire pela direita, mantendo a mesma contagem. Inspire pela direita, e com os pulmões cheios, troque e expire pela esquerda. Sempre na mesma contagem.

Isso fecha um ciclo de Nadi Shodhana Pranayama.

Pode fazer, pelo menos, 10 ciclos.


Este Pranayama não possui contraindicações, é excelente para equilibrar as polaridades, equilibra todos os sistemas do corpo. Otimiza a respiração e o controle sobre o prana.

Pode ativar Mula Bandha durante esse Pranayama para ancorar mais a mente.

Entretanto, há diversas técnicas de pranayamas e todas são úteis de acordo com o momento e condição de cada um.


Idealmente, os pranayamas devem ser praticados após os Asanas e antes da meditação.


Boas práticas!

 
 
 

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